O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas, planeja reunir os poemas publicados em jornais da época para divulgar a obra do poeta e jornalista potiguar Antônio Damasceno Bezerra (1902-1947).
“Quero aqui assumir o compromisso de procurar reunir algo dos poemas que Damasceno publicou em jornais para que as novas gerações possam conhecer sua poesia”, afirmou ministro, ao tomar posse recentemente na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANRL).
Antônio Damasceno Bezerra é o Patrono da cadeira 39, assumida por Ribeiro Dantas e até então ocupada pelo jurista e jornalista Raimundo Nonato Fernandes (1918-2012).
Nascido em Natal, Damasceno trabalhou como auxiliar de tipógrafo, passando a jornalista e redator de jornais locais como A Razão e A República. “Os contemporâneos reconheceram nele um sonetista brilhante, inteligente, imaginoso e de verso fácil e elegante”, disse Ribeiro Dantas, no discurso de posse na ANRL.
Solidão
Cultivou a poesia satírica e a lírica, mas não conseguiu publicar dois livros que tinha prontos, Dias de Sol e Terra Encantada, cujos originais se perderam. “As dificuldades da vida o deixaram amargo e solitário. Faleceu, pobre e doente, morando numa casinha de pescador de chão batido”, lembrou o ministro.
Ribeiro Dantas homenageou também o Fundador da cadeira 39, o jurista Raimundo Nonato Fernandes, ressaltando sua carreira e participação na Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, onde ocupava a cadeira 16.
“Se a simples enunciação do nome do Patrono e a declamação em voz alta de seus versos já servem para manter viva sua memória, em relação ao Fundador e até há pouco escoteiro sucessor da cadeira, Raimundo Nonato Fernandes, é muito mais fácil”, afirmou.
O ministro ressaltou que Raimundo Nonato Fernandes “escreveu excelentes trabalhos, com uma opinião respeitadíssima”, destacando que o autor “produziu muito também fora da seara estritamente jurídica”.
“Não me será fácil, portanto, ser-lhe um sucessor à altura”, disse o ministro ao agradecer o apoio de amigos e familiares. Fundada em 1936, a ANRL tem atualmente 40 cadeiras ocupadas por escritores, juristas e intelectuais.
MA
Source: STJ